ATA DA TERCEIRA REUNIÃO
ORDINÁRIA DA PRIMEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM
09-01-2013.
Aos nove dias do mês de
janeiro do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda
chamada, respondida pelos vereadores Alberto Kopittke, Cassio Trogildo, Clàudio
Janta, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa,
Mario Fraga, Professor Garcia e Reginaldo Pujol, titulares. Constatada a
existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Reunião, compareceram os vereadores Any Ortiz, Dr. Thiago, Elizandro
Sabino e Paulinho Motorista, titulares, e Delegado Cleiton e João Derly, não
titulares. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício s/nº, do senhor Albert Poziomyck,
Diretor Executivo da Federação Israelita do Rio Grande do Sul; Ofícios nos
269/12, do senhor Robson Antonio de Almeida, Coordenador Nacional Adjunto do
Programa Monumenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional –
IPHAN –, e 434/12, da senhora Ivanilde Nascimento de Castro, Coordenadora-Geral
de Execução Orçamentária e Financeira do Ministério da Cultura. Na ocasião, foi
apregoado Comunicado de autoria do vereador Alberto Kopittke, Líder da Bancada
do PT, informando que o vereador Marcelo Sgarbossa substituirá a vereadora
Sofia Cavedon na titularidade da Comissão Representativa, na presente Reunião,
nos termos do artigo 83, parágrafo único, do Regimento. Ainda, foi apregoado
Requerimento de autoria do vereador Pedro Ruas, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde do dia sete ao dia vinte de janeiro do corrente. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Alberto Kopittke, Jussara Cony,
Lourdes Sprenger, Mario Fraga, Reginaldo Pujol, Marcelo Sgarbossa, Clàudio
Janta, Professor Garcia, João Derly e Elizandro Sabino. Na oportunidade, o
vereador Reginaldo Pujol formulou Requerimento verbal, deferido pelo senhor
Presidente, solicitando o encaminhamento, à Comissão de Constituição e Justiça,
do Ofício nos 269/12 constante no Expediente. Durante a Reunião, o
vereador Reginaldo Pujol manifestou-se acerca de assuntos diversos. Também, foi
registrada a presença, neste Plenário, do ex-vereador João Antonio Dib. Às onze
horas e vinte minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos vereadores Dr. Thiago e João Carlos Nedel e secretariados
pelos vereadores João Carlos Nedel e Marcelo Sgarbossa . Do que foi lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pela senhora 1ª
Secretária e pelo senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Apregoo Substituição de Titular da
Comissão Representativa, Ver.ª Sofia Cavedon, no dia de hoje, pelo Ver. Marcelo
Sgarbossa.
O Ver. Pedro Ruas solicita Licença para
Tratamento de Saúde no período de 7 a 20 de janeiro de 2013. Registro que não haverá substituição pelo Suplente
durante o recesso parlamentar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Ver. Nedel, eu me encontro também em vias de
atestar aqui, em função de um problema menor do que esse do Ver. Pedro Ruas,
que precisa de tantos dias de licença, mas o esclarecimento já foi dado. É só a
justificativa da ausência, porque não pode ocorrer substituição durante o
recesso, correto?
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Correto. Muito obrigado, Vereador.
Passamos
às
O
Ver. Alberto Kopittke está com a palavra em Comunicações.
(O Ver. Dr. Thiago
assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. ALBERTO
KOPITTKE:
Estimado Presidente Dr. Thiago, colegas aqui presentes, venho aqui à tribuna
tratar rapidamente de dois temas. Aproveitando este período de recesso, quero
tratar de um tema atinente a todos nós, mas que eu não posso me furtar de
trazer, passado o período eleitoral, que é um tema de que o nosso
Vice-Presidente Michel Temer tratou, que será sua prioridade neste ano: a
reforma política. Eu passei pela minha primeira eleição neste ano e pude ter
claro que, entre outros problemas do nosso sistema eleitoral, nós não podemos
mais conviver com este modelo eleitoral que
temos no nosso País, que prestigia o voto em pessoas e não em Partidos. Esse é
um tema que precisamos tratar aqui independentemente de tantos outros. Talvez a
unificação do calendário eleitoral seja outro tema importante para que possamos
não só organizar a sistemática de alianças, mas fortalecer a instituição dos
nossos Partidos, que é algo fundamental. Eu não posso deixar de trazer esse
tema. Eu sei que temos algo no senso comum que diz: “Eu não voto em Partidos,
eu voto em pessoas”, mas a democracia não é feita de indivíduos, ela é feita de
Partidos. Esse parece um tema altamente relevante a todos nós, o qual a nossa
democracia precisa efetivamente tratar. E nós, que somos a base da estrutura do
sistema partidário, lideranças locais que somos, também temos a
responsabilidade de discutir o nosso sistema eleitoral.
Um
outro tema: eu iniciei, Sr. Presidente, nesta semana, uma atividade que chamei
de “mandato na rua”, que executarei todos os sábados em alguma comunidade para
fortalecer a presença do nosso mandato. Estive no Morro da Cruz, um ponto
histórico, um cartão-postal da nossa Cidade, infelizmente, não conhecido pela
maioria dos porto-alegrenses. Durante a campanha tive a oportunidade de fazer
uma grande caminhada pela paz, ali no Partenon, com mais de 300 pessoas. A
grande maioria nem conhecia aquele grande cartão-postal de nossa Cidade. E pude
averiguar, gostaria de fazer esse pedido de apoio aos colegas da base do
Governo, que possam interceder junto às Secretarias com as quais têm
interlocução para que possamos fazer um grande mutirão naquela Região. A
Esplanada da Cruz da igreja está sofrendo, está bastante debilitada. Gostaria
de pedir o apoio dos colegas para a questão ambiental: nós temos um problema de
acúmulo de lixos, de recolhimento de resíduos naquela Região, problemas de
água, saneamento, de infraestrutura. Nós temos um grande problema que é a falta
de espaços de lazer naquela área. Ali moram mais de 60 mil pessoas, com uma ou
duas praças. A praça atrás da Esplanada da Cruz está completamente abandonada.
Eu gostaria de pedir aos colegas esse apoio; eu fiz o Pedido de Providências,
que estou encaminhando. Peço esse apoio, pois é um tema bastante importante que
trago aqui para a nossa Região.
Por
fim, quero saudar a iniciativa divulgada hoje do Governo do Estado, que,
finalmente, depois de tantos anos, vai dar início ao uso daqueles detectores,
junto aos presos do semiaberto, que vão permitir que o preso cumpra a pena na
sua residência e possa, assim, interagir mais com a comunidade, isso para
aqueles que estão trabalhando, que têm bom comportamento. Esse é um tema que
vem se arrastando e que, finalmente, vai ter uma grande solução.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu quero que o senhor repita o nome da igreja que está com
problema, pois eu não estava prestando atenção.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: É na Vila São José, na Esplanada da Cruz
como eles chamam, no alto do Morro da Cruz, no Partenon.
O Sr. João Carlos Nedel: Perfeito. É naquela capela na Esplanada.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Exatamente. Ali atrás nós temos uma praça
que precisa de uma revitalização, e um campo de futebol. Aquele entorno vem
sofrendo muito com problemas na coleta do lixo e na iluminação – ali precisa de
uma revitalização. É bem naquele entorno, bem na Capela do Morro da Cruz.
O Sr. João Carlos Nedel: Mas a Cruz está com problema de
segurança?
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Há um problema naquela Região, assim
como na Cidade. O que os moradores reclamaram é a falta de espaços para os
jovens, como, por exemplo, aquelas academias para a terceira idade. Naquele
ponto precisa alguns equipamentos que possam ser usados para o lazer e para o
esporte, assim como a revitalização de algumas vias de acesso à Cruz que estão
bastante debilitadas naquele entorno, principalmente a praça.
O Sr. João Carlos Nedel: Muito obrigado, Vereador.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Eu é que agradeço por sua atenção.
Finalizo, então, saudando essa iniciativa e expressando aqui a minha grande
expectativa. Eu conversei com o Secretário Airton Michels. Está para ser lançado,
finalmente, o projeto da cerca eletrônica – que tratarei em outra oportunidade
–, que será o maior projeto de tecnologioa na área de Segurança pública já
feito no Rio Grande do Sul. Eu tive a responsabilidade de elaborar esse Projeto
quando eu estava à frente do Consórcio Metropolitano. Isso será um passo
histórico na luta contra o assalto, roubo e furto de veículos em Porto Alegre e
em toda a Região Metropolitana. Esse edital está para ser lançado nos próximos
dias Eu compartilho com os senhores aqui essa expectativa desse lançamento que
será um grande passo. Desejo a todos os colegas uma ótima semana, agradecendo a
imensa acolhida que tenho tido nesta Casa, por parte dos servidores, por parte dos novos Vereadores e dos
Vereadores antigos, que já têm toda experiência e têm nos acolhido com muito
carinho, com toda a sua bagagem compartilhando conosco. Muito obrigado e uma
ótima semana a todos e a todas.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Kopittke. O Ver. Cassio
Trogildo está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. João Carlos
Nedel está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª Jussara
Cony está com a palavra em Comunicações. Aproveito para agradecer a todos
aqueles que compartilham conosco as redes sociais.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, eu estava aguardando para conversar com o Presidente sobre a
questão do Fórum Social Temático, Democracia, Cidades Sustentáveis,
Desenvolvimento Sustentável e Trabalho Decente. Nós tivemos uma reunião na
semana passada, presidida pelo nosso Presidente Dr. Thiago, com todas as
Bancadas, quando foram determinadas tarefas importantes para que possamos
constituir aquilo que denominamos Fórum Parlamentar Municipal.
Eu
estava aguardando um pouco, Sr. Presidente, porque hoje teremos a visita do
Presidente da União dos Vereadores do Brasil, Ver. Gilson, com quem contatamos
ontem, bem como com o Presidente da União dos Vereadores do Estado do Rio
Grande do Sul sobre essa construção.
No
dia 7, conforme informamos na da Câmara Municipal da semana passada, nós
tivemos a reunião da Coordenação do Fórum Social Temático. Nessa Coordenação há
várias entidades, entre as centrais sindicais, o Governo Federal e os governos
do Estado e do Município, a Assembleia Legislativa. A Câmara Municipal de Porto
Alegre não estava nessa Coordenação, e nós a incluímos, até pelas atividades
que esta Câmara vai realizar e pela disponibilidade desta Casa para todos esses
movimentos que envolvem a construção do Fórum Social Temático. Nós conseguimos
- vamos apresentar agora na reunião de Líderes - a presença do Presidente da
União dos Vereadores do Brasil, que deve se dar a qualquer momento. Estávamos
aguardando para saudá-lo. Conseguimos fechar uma programação, que já vou, de
antemão, colocar a este Plenário. Depois poderemos adicionar ou retirar no
momento oportuno: nós realizaremos, então, o Fórum Parlamentar Municipal no dia
28 de janeiro, às 14h, no Plenário Ana Terra desta Câmara Municipal, a qual já
reservou as suas Comissões também para outras atividades. A temática base são
os Legislativos Municipais e sua articulação política por cidades sustentáveis.
O que se conseguiu nessas articulações, a partir da nossa reunião aqui na
Câmara? Uma Mesa de abertura, presidida pelo Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, Ver. Dr. Thiago, com as entidades e instituições representadas.
Como eu disse anteriormente, a temática são cidades sustentáveis. Não tem como
trabalhar uma temática e buscar a construção de cidades sustentáveis sem o
envolvimento dos legislativos municipais. Por quê? Porque os legislativos
municipais são a grande ponte entre os governos municipais e a sociedade organizada,
que clama pelos seus direitos, pela sua participação, pela sua integração, pelo
seu protagonismo na construção de desenvolvimento com sustentabilidade, pela
construção de cidades sustentáveis. Acho que em Porto Alegre nós vamos fazer um
ato que vai envolver o Brasil, vai envolver a América Latina, vai envolver todo
o Rio Grande do Sul e que vai desencadear esse grande movimento. Então, com
relação ao tema das cidades sustentáveis, quem até agora está organizado, Ver.
Janta, nesse processo? Oded Grajew, do Fórum de São Paulo; Ministério do Meio
Ambiente; a União dos Vereadores do Brasil; a Uvergs; Itaipu Binacional – foi
uma grande conquista, no dia 7, a Itaipu Binacional veio, a convite nosso, da
Câmara, naturalmente, e teve uma participação importante pela articulação que
Itaipu tem nesse aspecto das cidades sustentáveis. Penso que vai ser um bom
exemplo para o nosso debate. A coordenação da Mesa ficará a cargo da Câmara
Municipal, na figura do nosso Presidente - todos nós que vamos estar aqui participando,
com intervenções após, sobre a temática de entidades e instituições. Que
entidades? As que já estão, as centrais sindicais, que têm tido... E quero aqui
dizer do papel importante das centrais sindicais neste processo, nesta relação,
inclusive com o mundo do trabalho, um trabalho decente. Nós também vamos estar
participando dessa área, a coordenação está muito envolvida, com a participação
do nosso sindicalista, o Ver. Clàudio Janta. Estamos mais envolvidas com o
mundo da saúde e o mundo das mulheres. As centrais sindicais, a Rede Brasileira
de Mulheres pela Sustentabilidade - o Ver. Professor Garcia está fazendo a
articulação com o Fórum Internacional Latino-Americano de Vereadores que também
estará presente; a ABEMA -, Associação Brasileira de Entidades Estaduais de
Meio Ambiente, que reúne os Secretários Estaduais do Meio Ambiente, a Unale,
que reúne... Assim como temos a UVB, os Deputados têm a Unale. Aliás, essa
integração com as Assembleias Legislativas é importante. Parece-me que faltou
algo que temos de trazer, que imediatamente podemos colocar, que é a Câmara
Federal, através da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal. Ainda não
conseguimos contato, mas, sem dúvida, a participação da Câmara Federal é
importante. A ideia é que terminemos esse Fórum com a participação de
Vereadores do mundo todo, esse mundo que quer transformações, esse mundo que
quer um outro mundo, que é possível, e, mais que possível, necessário. Que
possamos terminar com a Carta de Porto Alegre, Sr. Presidente: Cidades
Sustentáveis, um Imperativo Ambiental e Histórico. Creio que hoje podemos
fechar essa programação para já inserir na programação do Fórum. Quero dizer a
vocês que na reunião do Fórum deveria ter em torno de mais de cem pessoas
representando entidades e os mais variados movimentos. A apresentação, Ver.
Reginaldo Pujol, da disponibilidade da Câmara Municipal de Porto Alegre para
coordenar e chamar para esse Fórum Parlamentar Mundial foi aceita por
unanimidade – inclusive, quero aqui parabenizar V. Exa. e todos os Vereadores
por essa iniciativa. Os movimentos sociais estarão conosco nessa participação.
Creio que vamos ajudar a desencadear um movimento nacional, inclusive para fora
do nosso País, na busca de articulações nacionais e internacionais sobre cidades
sustentáveis à luz de experiências que já estão sendo realizadas no mundo e à
luz de experiências que nós estamos construindo aqui.
O Sr. Clàudio Janta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Aproveitando a cedência desta Casa, vamos fazer um encontro de
Vereadores sindicais. Temos, no Brasil e no Rio Grande do Sul, um grande número
de dirigentes sindicais que viraram representantes do povo na Casa do Povo.
Vamos fazer, durante o Fórum, um encontro de legisladores sindicais.
A SRA. JUSSARA CONY: Eu acho muito importante, Ver. Janta, o
que V. Exa. coloca porque estamos trazendo para cá essas atividades. A decisão
de realizar, dentro desta Casa, o encontro dos Vereadores oriundos do mundo
sindical é importante porque reforça, inclusive pela participação das centrais
sindicais nessa temática das cidades sustentáveis, essa integração que vamos
precisar. Ninguém mais do que os trabalhadores querem e contribuem para que nós
tenhamos cidades sustentáveis. Peço que V. Exa. me inclua, não esquecendo que,
na década de 1970, eu fui sindicalista e estou aqui inclusive por essa luta do
movimento sindical. O Vereador Janta era um menino na época e continua hoje
essa liderança que todos nós conhecemos e que chega nesta Casa também. Finalizo
dizendo que creio que conseguimos envolver todos os setores, e, nessa reunião
do Fórum Social Temático, a Câmara Municipal entrou como umas das entidades
coordenadoras desse processo. Acho que esta Legislatura entra com essa dinâmica
de um encontro internacional em Porto Alegre. Há uma coisa importantíssima em
que nós, Vereadores, podemos ter um papel decisivo: nós queremos trazer de
volta o Fórum Social Mundial para a cidade de Porto Alegre, cidade originária
do Fórum Social Mundial, que é referência em todo o mundo. Onde se chega, se
ouve: “Ah, é de Porto Alegre, do Fórum Social Mundial?” Creio que a Câmara
Municipal vai cumprir um papel importantíssimo porque, ao fim e ao cabo, as
decisões, não só sobre legislações, mas sobre articulações políticas amplas...
E quando falo isso é União, Estado e Município, Ver. Kopittke, que tem sempre
enfocado nesse aspecto sob o ponto de vista da Segurança e de outras áreas,
mas, principalmente, da Segurança, já que V. Exa. domina esse assunto e está
trazendo uma grande contribuição. E nós não podemos pensar as nossas relações
sem essas relações republicanas. Nós somos um País que está em desenvolvimento.
Porto Alegre tem que estar em sintonia com esse desenvolvimento. Temos que
pensar sob a ótica dos interesses do povo brasileiro, do qual nós fazemos
parte. Então, essa relação entre União, Estado e Municípios é importantíssima,
como também as transversalidades de ações.
Finalizo
dizendo que a participação das mulheres, querida Vereadora, vai ser decisiva
nesse processo, porque nós, mulheres, entendemos e sabemos do nosso papel sob o
ponto de vista de construir um novo mundo, com sustentabilidade, em defesa do
nosso planeta. Porque isso é defesa da vida, e nós somos aquelas que geramos a
vida. Queremos gerar vida para a garantia de dignidade e qualidade de vida.
Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Jussara Cony. Lembro que
esta é uma das Legislaturas com maior número de mulheres. Isto é importante
dizer: são sete mulheres, e um ginecologista, Ver.ª Jussara Cony.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, ao mesmo tempo em que
cumprimento V. Exa. pela sua sensibilidade e pela alegria com que registra a
presença de um número recorde de militantes femininas no nosso Plenário, eu
quero requerer a V. Exa., na condição de Presidente da Comissão de Constituição
e Justiça da Casa, cópia do Expediente encaminhado pelo Dr. Robson Antônio de
Almeida, Coordenador Nacional Adjunto do Programa Monumenta/IPHAN, e cópia do
Termo Aditivo ao Convênio nº 401/2002, firmado entre o IPHAN e o Município de
Porto Alegre e que foi encaminhado à CEFOR conforme o trâmite normal. Mas, em
se tratando de uma situação muito especial, já que Porto Alegre tem grandes
empreendimentos – a Igreja das Dores, a Praça da Alfândega, etc. –, que estão
sendo viabilizados fundamentalmente com recursos do IPHAN, eu pediria a V. Exa.
que, na medida do possível, determinasse que fosse encaminhado à Comissão de
Constituição e Justiça cópia desses dois documentos a que se refere o
Expediente no dia de hoje. Digo a V. Exa. que não é uma cobrança, é uma
solicitação, porque a determinação legal e regimental é que seja encaminhado
para a CEFOR. Mas, em se tratando de um aditivo ou um convênio, com toda razão
seria conveniente que a Comissão de Constituição e Justiça tomasse conhecimento
dos termos em que o mesmo foi lavrado, até porque eventualmente pode contemplar
uma situação que a mim, pessoalmente, desagrada profundamente: a situação do cinema
Capitólio, que há mais tempo se encontra em uma situação de indefinição. Tudo
que já foi colocado lá se torna nada porque acaba sendo descartado pelo não uso
daquele equipamento público, que o Município, com a intervenção direta da
Câmara de Vereadores, propiciou.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Muito obrigado, Ver. Pujol. Recebo o seu
documento e o encaminho à Comissão que, sem dúvida alguma, na abertura de seus
trabalhos, vai dar encaminhamento a essa sua colocação. Nosso decano, muito
obrigado. A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra em Comunicações.
A SRA. LOURDES
SPRENGER:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, na oportunidade em que um
novo capítulo se inicia na vida política da Cidade, é com prazer que saudamos o
Presidente desta Casa, Ver. Dr. Thiago. Confiamos, sobretudo, na força de sua
motivação, no sentido inovador de suas propostas e nos somamos à tarefa de
buscar a amplitude institucional desta Casa, valorizando suas competências e
capacidades. Na mesma direção, gostaria de saudar todas as Vereadoras e Vereadores
e manifestar que nossa ação se propõe a afirmar o espírito colaborativo e
cooperativo da política. Temos pela frente um processo difícil e laborioso, mas
a nossa disposição é de apoiar as iniciativas que visam, acima de tudo, a
resguardar os interesses do cidadão e das comunidades. Cabe aqui destacar, Sr.
Presidente, que a Câmara expressa uma cultura exemplar pela conduta de seus
servidores. O empenho e a receptividade dispensados à nossa equipe de Gabinete
é um exemplo de dedicação e de garantia do suporte para enfrentarmos o dia a
dia de nossas responsabilidades.
Nosso agradecimento especial aos eleitores que
depositaram sua confiança em nossa proposta. A partir de hoje, começamos uma
nova jornada, prestando contas dia a dia, minuto a minuto, a toda a Cidade.
Representamos, aqui nesta Casa, a soma de todos os votos que constituem as
Bancadas parlamentares da Capital e, neste contexto, cabe a nós decidir sobre
prioridades, necessidades, alternativas para melhorar a vida da Cidade.
A cada dia de trabalho, estaremos preenchendo
uma página na história de Porto Alegre. E para fazer esta gestão política, nos
propomos a agir com seriedade, expressar competência e decisão independente,
bom senso e espírito público.
Antes de encerrar, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
uma palavra sobre a nossa plataforma: a defesa da causa animal. E é esse
desafio que, ao longo de mais de dez anos de militância, temos enfrentado,
somando vontades, ações, atitudes, com a participação de milhares de
voluntários, organizações, entidades e, mais recentemente, do setor público.
Nesses anos todos, temos conquistado um espaço
na educação, compreensão e aperfeiçoamento. Esse trabalho vem nos indicando
caminhos e, ao mesmo tempo, demonstrando que a defesa animal está intimamente
ligada à preservação do homem, sua condição de vida e sua defesa social.
Em Porto Alegre, lutamos e aprovamos a lei do
fim do extermínio de animais que passaram a serem identificados por chip e esterilizados, quando em ação do
Poder Público.
Também consideramos um avanço e uma conquista a
lei que prevê o fim da circulação de carroças na Cidade, o que foi modelo para
todo o País. Isso significa um grande passo, já que reduzirá drasticamente os
maus-tratos aos cavalos, alcançando a reinserção social dos carroceiros e de
seus familiares no mercado de trabalho, por intermédio de remanejamento para
outras atividades, além das cooperativas de reciclagem de resíduos.
Gostaria ainda, nesta primeira intervenção, de
pedir a atenção das famílias que partem para o seu merecido veraneio para a
nossa campanha que prega a guarda responsável de animais, especialmente de
cães. Atravessamos uma época de intenso abandono de animais, e, nesse sentido,
quero louvar e destacar o trabalho da Concepa, que, com suas câmeras expostas
ao longo da freeway, tem ajudado a
fiscalizar e a barrar o abandono, proporcionando flagrantes desses desvios de
comportamento e identificando os responsáveis. Para prevenir tais situações é
que temos lutado pela implementação do cadastro de animais com o devido
registro dos responsáveis. Essa é uma forma de intensificar a fiscalização ao
abandono e aos maus-tratos com economia de recursos para os protetores,
apoiadores da causa animal e para os cofres públicos, ainda evitando mortes em
acidentes causados por animais abandonados nas rodovias durante o período de
férias. Reitero a todos, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, a
minha saudação e o meu agradecimento.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Lourdes. É um prazer tê-la entre
nós, de coração. O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.
O SR. MARIO
FRAGA: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Thiago, nosso colega de Bancada, Presidente da Casa neste
ano de 2013; Sras. Vereadores, Srs. Vereadores, público nas galerias e público
que nos assiste pela TVCâmara, eu queria, num primeiro momento, dizer da nossa
representatividade, destacada aqui pelo Jornal Destaque, nosso jornal da Zona
Sul e do Extremo-Sul, Ver. Paulinho Motorista, que fala em mim, no Dr. Thiago e
no Ver. Paulinho. Então, aqui nesta Casa, a nossa responsabilidade cresce,
aumenta - a cada dia que passa - pela região do Extremo-Sul. Em especial, nós
já estamos tratando do tema dos bombeiros, estamos nos colocando contra o
presídio em Belém Novo e também – eu já havia falado com o Dr. Thiago e tenho
certeza de que o Ver. Paulinho Motorista também vai se engajar nesta campanha –
reivindicamos o terceiro turno no posto de saúde em Belém Novo, ou em fins de
semana, nem que seja para o período de junho, julho, agosto, no frio do
inverno. A gente tem que levar este pleito ao Prefeito Fortunati, que é do meu
Partido e do Partido do Dr. Thiago, para que, em junho, julho e agosto, o posto
de saúde funcione pelo menos nos finais de semana.
O Vereador também falou sobre o lixo aqui. Eu
queria dar um voto de confiança ao André Carús, que não é do meu Partido, mas
que é uma pessoa excelente, trabalhou na SMAM como Secretário Adjunto e cuidou
de toda a Cidade. Pelo menos, quanto a este Vereador, todos os pleitos feitos a
ele foram atendidos naquele momento, dentro das possibilidades. Então, eu
queria pedir aos Vereadores aqui – a nossa Cidade vinha enfrentando os
problemas na situação do lixo – que dessem um prazo, um voto de confiança ao
André Carús, que é nosso companheiro, era da SAMM e hoje está à frente do DMLU.
Quanto ao Beco da Vitória, Ver. Nedel, estivemos
lá neste final de semana, as obras estão em andamento, não no ritmo que eu
desejava, não no ritmo que o Secretário Mauro Zacher deseja. Já estivemos com o
Secretário Mauro Zacher e estaremos com ele novamente, amanhã, para ver a
situação do Beco da Vitória, em especial, também, da patrolagem de todas as
ruas lá no Extremo-Sul. Inclusive, foi levado o pleito do Ver. Engº Comassetto
– a seu pedido – para o Secretário Mauro Zacher, que pediu também alguns dias
para se inteirar dos fatos. Então, estaremos lá, amanhã, novamente, com o Ver.
Mauro Zacher, Secretário de Obras de Porto Alegre.
No caso da situação do nosso Governo que estamos
montando, que todos estão acompanhando – a nossa Bancada, inclusive –, eu sou
obrigado – e por consciência – a dar os parabéns para quem está montando esse
quebra-cabeça de Governo, onde há diversos Partidos. Eu queria dar os parabéns,
em especial, para o Ver. Sebastião Melo, para o Vieira da Cunha e para o Urbano
Schmitt, que estão coordenando a montagem do nosso Governo. A cada dia aparece
um fato novo, cada dia tem um Adjunto para entrar, cada dia tem mais gente
querendo entrar no Governo, o que é bom para nós. O PDT espera todos os
Partidos que queiram participar do Governo, estamos abertos. Estamos esperando
o Ver. Airto Ferronato para ser o nosso Líder aqui nesta Casa. Eu, que já
trabalhei com o Ver. Airto Ferronato em 1993, fui Vice-Presidente da Casa com
ele, gostaria que, se ele entrasse no Governo, pudesse ser o nosso Líder aqui
na Casa, tenho certeza de que será um bom Líder.
Queria dar um abraço no nosso amigo Aristides,
ex-Prefeito de Lavras do Sul, seja bem-vindo a Porto Alegre. Queria também
dizer que tenho muita confiança em um pleito que está sendo tratado, neste
momento, em Brasília, que é quanto ao apagão, para que não tenha apagão nesse
verão em todo o País, em especial, aqui no Rio Grande do Sul.
Hoje estará sendo realizada a reunião, às 11h,
em Brasília. Tenho plena confiança na Presidente Dilma. Queria dizer aqui que
apoio a Presidente, em nível Federal e que tenho plena confiança, em especial,
nessa área da energia elétrica, porque tenho certeza de que seus conhecimentos
estão acima de muita coisa e que ela não deixará acontecer o apagão. E, para
melhorar, se ela abaixar o custo da energia, ficarei mais admirador dela, com
certeza. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Mario Fraga. O Ver. Mario Manfro
está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Ver.ª Mônica Leal está
com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Paulinho Motorista está
com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Presidente da Casa, querido amigo, Ver.
Dr. Thiago, que, obviamente, com a sua competência, inicia um período novo no
Legislativo de Porto Alegre. Aliás, Ver. Janta, nós tivemos a oportunidade,
hoje, de ver mais uma demonstração da robustez da nova composição da Casa.
Desde o primeiro discurso aqui proferido pelo Ver. Alberto Kopittke, nós temos
uma dimensão da real importância que este momento novo está consagrando ao
Legislativo da Cidade.
O
Ver. Kopittke se aprofundou num tema de atualidade nacional: a reforma
política, que vem há mais tempo sendo apregoada, com temas polêmicos sendo
discutidos, sem que avance na forma como seria desejada.
Eu
desejo, colegas Vereadores, sustentar que ao Parlamento em geral no País é
debitada, no momento, uma tarefa muito especial, que vai além da reforma
política, mas que envolve, inclusive, a reforma política. Estou me referindo à
restauração do pacto federativo, que, hoje, transforma a federação brasileira
numa verdadeira ficção, na medida em que os Municípios, a cada instante e a
cada momento, veem acrescida a sua responsabilidade, inversamente proporcional
à sua participação nos recursos gerados pela sociedade brasileira, arrecadados
pelos três níveis de poder neste País: Município, Estado como a União. Aliás,
nesse particular, a própria reforma política esbarra numa dificuldade: hoje,
mais do que nunca, nós estamos quase que repetindo, Ver. Janta, uma situação de
1930; parece que, hoje, está restabelecida por inteiro a política do “café com
leite”, com um pequeno aditamento, que é a força da antiga Capital federal,
hoje transformada no Estado do Rio de Janeiro, plasmado principalmente, numa
situação muito especial da qual os Municípios brasileiros estão deliberadamente
constituídos numa frente que busca a reparação dessa situação absolutamente
injusta, que é a repartição dos valores oriundos do Pré-Sal, da exploração do
petróleo na plataforma continental, que é, saliente-se, uma verdadeira anistia
da chamada ditadura do governo militar, que teve a seu crédito o fato de o
Presidente Ernesto Geisel, um nacionalista convicto, ter colocado na prática a
realidade nacional com extensão para 200 milhas continentais da territoriedade
brasileira. Hoje, a grande discussão nacional é o veto da Presidente Dilma
Rousseff à manifestação soberana do Congresso Nacional nesse particular,
recolocando e redistribuindo os valores provindos dessa atividade econômica,
que não pode ser um privilégio dos Estados ditos - entre aspas - produtores.
Isso, porque toda a Nação brasileira tem contribuído para que esse fato se
realize e represente uma transformação na vida econômica nacional. Acho que o
Pré-Sal passou a ser um símbolo, Sr.
Presidente, da grande luta que os Municípios e os Estados brasileiros têm que
realizar pela reordenação da distribuição do recurso público deste País. Não
pode mais o Município, na porta do qual batem todos os anseios populares,
continuar de chapéu na mão, dependendo, como agora, de que a sensibilidade de
um Ministro, uma boa articulação de um projeto permita que determinado recurso
retorne para os Municípios e seja aplicado quer seja na área da cultura, do
esporte, nas obras, o que, evidentemente, é o que tem que necessariamente
acontecer, de uma forma desburocratizada. Por isso, Sr. Presidente Thiago, V.
Exa. que tem a alegria de estar compartilhando a direção dos trabalhos com a
nossa colega Any Ortiz, que nos honra por ter participado da mesma legenda
política que gerou a nossa eleição comum. Vereador, acho que V. Exa., que é um
bravo, que é um destemido, que em boa hora foi colocado na presidência desta
Casa, deve capitanear essa luta. Nós precisamos ser solidários com a Famurs,
com a Confederação Nacional dos Municípios, nessa caminhada que se desdobra,
inclusive com datas marcadas em Brasília para grandes manifestações, porque o
Parlamento de Porto Alegre, Capital do Estado do Rio Grande do Sul, não pode
ficar omisso nesse particular.
O Sr. Clàudio Janta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) O senhor fala muito bem na questão da divisão, na questão de
tributos, no novo pacto, porque a questão do Pré-Sal nada mais é do que uma
migalha que vamos receber; quando os Municípios hoje recebem 16%, os Estados
22% e a União detém 68% dos impostos, sendo que o restante, taxas e tudo…
O SR. REGINALDO PUJOL: E 100% das contribuições.
O Sr. Clàudio Janta: E 100% das contribuições. E hoje, cada
vez mais a gente vê as responsabilidades dos Municípios aumentando. Agora, a
gente vê até a questão da Segurança sendo transferida para os Municípios, e a
arrecadação dos Municípios cada vez diminuindo mais. Eu acho que é um papel
fundamental da sociedade, das Câmaras de Vereadores, dos Prefeitos, lutar por
um novo pacto. Acho que tem que ficar mais dinheiro nos Municípios, já que a
Saúde hoje é municipalizada, a Educação é municipalizada e a Segurança pública
também está sendo municipalizada. Cada vez aumenta mais a responsabilidade do
Município. Acho que é mais fácil para a população cobrar do Prefeito, cobrar de
nós, do que ir a Brasília; a dificuldade de ir a Brasília é muito grande. A
gente vê isso quando os Prefeitos se mobilizam, quando nós nos mobilizamos, os
Vereadores, quando a sociedade se mobiliza para ir a Brasília. Obrigado pelo
aparte.
O SR. REGINALDO PUJOL: Ver. Clàudio Janta, V. Exa. com
experiência que tem, de larga militância no movimento sindical, enriquece o meu
pronunciamento e traz o testemunho real de uma situação que é indiscutível
neste País. Não há como permitir tergiversações sobre o assunto; há que se
tomar posição.
Deixei claro que o Pré-Sal é o símbolo de uma
luta; se não formos capazes de sequer nos vermos vitoriosos na posição
politicamente acertada do Congresso Nacional que redistribui essa riqueza
presente e principalmente futura, se não formos capazes de levar avante esse
fato, nós estaremos antecipadamente renunciando ou conformando-nos, deixando as
coisas como estão. E os Municípios continuarão a serem esmagados pela força da
União, que concentra nos seus cofres a grande totalidade dos recursos nacionais
e depois os redistribui aos Municípios, como migalhas, no jogo político das
Emendas Parlamentares e na negociação política que caracteriza a liberação dos
recursos, não só no Governo da Dilma, como também no Governo do Lula, no
Governo do Fernando Henrique e de todos que ocorreram neste País!
Eu não estou tomando uma posição por ser
integrante do Partido Democratas, um dos raros Partidos que se encontram na
oposição ao Governo atual. Estou tomando uma posição como cidadão, como
Vereador de uma cidade importante como Porto Alegre, que não pode ficar omissa
nessa luta. Chega de as coisas se concentrarem entre Minas, São Paulo e Rio de
Janeiro, e o resto do País ficar, literalmente – falando em mar territorial – a
ver navios, na medida em que esses 16% – como o Ver. Janta soube assinalar – na
verdade, se transformam em 8%, porque só dos impostos nacionais o Município
participa; das chamadas contribuições, Cofins, contribuições sobre o lucro
líquido e essas outras formas de aumentar a arrecadação do Governo Federal, os
Municípios e os Estados não participam. Restaure-se a Federação, recupere-se ao
Município aquilo que a Constituição lhe consagrou e que, ao longo tempo, foi
progressivamente retirado de sua possibilidade de atuação. Diria mais, não
precisa mudar muito: é só incluir tudo o que é arrecadado, não só aquilo que o
Governo Federal deixa; com os 16% nós já fazemos uma revolução nesse País,
cuidando bem da Educação, cuidando bem da Saúde, da Segurança pública e de tudo
mais que efetivamente é
enfrentado pelo Prefeito, é enfrentado pelos Vereadores, porque, afinal de
contas, nós todos moramos é no Município! O Município é célula base de uma
unidade federativa. E se nós, representantes do povo, nos Municípios, não nos
acordarmos para essa realidade e não pugnarmos, não lutarmos para que ela seja
revertida, nós não estaremos efetivamente realizando a nossa tarefa. Tenho
certeza de que, com o ânimo que estou verificando nos novos integrantes da
Casa, somados a antigos participantes do Legislativo, conscientes dessa
realidade, nós estaremos em breve subscrevendo esse movimento da Frente
Nacional dos Municípios na defesa do Interesse da Municipalidade, base real de
uma verdadeira sociedade democrática e plural, que é aquilo que é o sonho de
todos nós. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a
palavra em Comunicações. Está bonita a sua foto no jornal, Vereador!
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Bom-dia, Sr. Presidente, obrigado pelo
elogio. Bom-dia a todos os colegas e servidores da Casa. O seu comentário sobre
a foto no jornal de hoje é, na verdade, uma realidade. Há dois anos, pelo menos
– e já fui ciclista profissional –, utilizo a bicicleta como meu meio de
transporte diário; raramente utilizo o meu automóvel, mas gosto de dizer que
sou motorista também. Há um ano se tentou criar a ideia de uma luta de classes,
Ver. Janta, entre ciclistas e motoristas, quando, na verdade, isso não condiz
com a realidade. Estamos todos do mesmo lado por uma Cidade mais inclusiva,
menos engarrafada e que respeite todos os modais de transporte. Queria,
justamente, apresentar-me e pedir o apoio dos meus colegas para três Projetos
de Lei.
Começaria
justamente pelo que trata do Fundo Municipal da Gestão do Plano Diretor Cicloviário.
Porto Alegre aprovou, em 2009, um Plano Diretor Cicloviário que prevê 495
quilômetros de ciclovias na Cidade. Então, tentem imaginar uma cidade como
Porto Alegre, que hoje detém 11 quilômetros, com 495 quilômetros; isso é uma
revolução para a Cidade. As ciclovias têm sido feitas, é verdade, num ritmo e
de uma maneira da qual discordamos. Nós entendemos que o ritmo poderia ser
muito mais rápido, porque a ciclovia, na verdade, não precisa ser construída,
basta demarcar o lado direito da pista junto ao meio-fio, e para isso é
necessário, na maioria dos casos, retirar os carros estacionados. Essa é a
decisão que nós apoiamos que o Prefeito Fortunati tome, e desejamos que
implemente o Plano Diretor Cicloviário o mais rápido possível, ainda que isso
restrinja o espaço dos automóveis, porque nós vivemos numa Cidade na qual não
se pode abrir mais ruas. Aliás, nós somos contra, em linhas gerais – podemos
concordar em casos específicos –, toda política que incentive o uso do
automóvel. Nesse sentido, protocolamos um Projeto de Lei que prevê um fundo
municipal que receberá 20% das multas arrecadadas em Porto Alegre; hoje elas
são arrecadadas e destinadas a um caixa único da Prefeitura. Propomos a criação
de um fundo municipal, com gestão integrada da sociedade e Governo, para que se
gerenciem e determinem as prioridades desse fundo. Não estamos falando de
poucos recursos: em 2009, Porto Alegre teve uma arrecadação de R$ 21 milhões em
multas de trânsito; em 2010, foram R$ 26 milhões; em 2011, foram R$ 28 milhões.
Calculem 20% disso: é o que poderia já ter sido aplicado no projeto e na
construção de ciclovias e nas campanhas educativas para o uso adequado da
bicicleta.
Então,
o Projeto de Lei foi protocolado no primeiro dia útil, e conto com a
participação e o apoio de vocês, na sua tramitação, para uma destinação
específica das multas para esse fundo municipal.
O
segundo Projeto diz respeito à energia solar – o Ver. Mario Fraga colocou a
questão da energia elétrica. Existe a Lei Complementar nº 560, de autoria da
Ver.ª Mônica Leal, que prevê a criação de um Plano Municipal de Incentivo ao
Uso da Energia Solar, mas este Projeto restringiu e objetivou que esse
aproveitamento da energia solar ficasse restrito ao aquecimento da água.
Hoje,
a energia solar tem inúmeros outros aproveitamentos - um deles é a própria
energia elétrica. Eu falo isso por experiência própria, porque eu moro em um
apartamento e instalei no teto do meu prédio um painel fotovoltaico que
transforma energia solar em energia elétrica. Então, é possível, hoje,
aproveitar todo o sol que temos como energia elétrica, transformando a energia
solar em energia elétrica através de painéis fotovoltaicos. Quer dizer, todo o
dispêndio de energia, seja das hidrelétricas, seja da queima de carvão, que
abastece as nossas redes de energia, poderia ser minimizado. Na Alemanha,
milhões de pessoas utilizam a energia solar como energia elétrica, para a qual
há todo um programa de incentivo governamental. Então, nós estamos
acrescentando a essa Lei Complementar um plano de incentivo à energia elétrica
e não só à energia térmica. O terceiro Projeto é da área ambiental, e confiamos
na liderança do Secretário André Carús, que assume o DMLU agora, em fazer algo
que a Europa já decidiu: que até 2020 não haverá mais queima do lixo. Porto
Alegre lançou um edital de manifestação de interesse visando à ideia da
implementação de incineradores de lixo; ou seja, na contramão da história,
porque os estudos todos demonstram que é impossível não emitir partículas no
ar. Percebam que são três Projetos que nos parecem de fundamental importância,
simbolizam um pouco a atuação do nosso mandato, para os quais contamos com a
participação e o apoio dos colegas.
Gostaria
também de noticiar algo que tem tomado conta da mídia, que é o relatório de
inspeção que o Tribunal de Contas do Estado elaborou em relação a possíveis
irregularidades envolvendo o aumento das passagens dos ônibus coletivos
urbanos. Nós fomos recebidos pelo Presidente do Tribunal de Contas do Estado,
César Miola, e pela Procuradora Adjunta, Daniela Toniazzo. Prontamente o
Presidente da Casa nos recebeu e encaminhou o pedido para que todos esses
documentos, tanto o relatório de inspeção como a ação proposta pelo Ministério
Público, venham a esta Casa com as respostas – ontem terminou o prazo de a
Prefeitura apresentar as respostas. Nós escutaremos aqui, ao invés de
criticarmos a judicialização da política, e acho saudável que esta Casa chame
para si o debate dessa verdadeira assimetria de informações que envolve a
tarifa de ônibus em Porto Alegre. Então, contamos com o apoio dos Colegas para
que seja trazido a esta Casa o debate sobre o possível aumento, ou, talvez, uma
redução, como diz o Ministério Público de Contas, da passagem de ônibus.
Por
fim, gostaria de ressaltar algo que talvez esteja acontecendo neste exato
momento, uma obra viária, uma das obras da Copa, chamada “trincheira da Anita”.
Nós temos acompanhado esse debate desde o ano passado, desde o início dessa
discussão, sobre as obras na Rua Anita Garibaldi, que é uma rua realmente
congestionada na Cidade, para a qual a Prefeitura propõe uma trincheira, uma
espécie de viaduto subterrâneo. A Audiência Pública ocorreu em maio do ano
passado. Confesso para vocês que participei de várias Audiências Públicas, mas,
pela primeira vez, de uma Audiência Pública, no bairro Mont’Serrat, com talvez
mais de 500 pessoas, que não estão acostumadas a participar de uma Audiência
Pública - falo de alguns médicos, advogados, enfim, de pessoas moradoras do
entorno, que foram unânimes e não aceitaram essa trincheira. Há estudos
técnicos do Engenheiro Panitz, contratado pelo grupo de moradores, que
demonstraram que a trincheira estará desatualizada em pouco tempo, ou seja, uma
obra que manterá todas as sinaleiras, não diminuirá o trânsito, e, mesmo
havendo uma passagem por baixo da 3ª Perimetral, logo em seguida não haverá
alargamento de ruas. Então, parece-me um funil que se abre e se fecha alguns
metros depois. A obra foi prevista em R$ 11 milhões; hoje ela está prevista em
R$ 16 milhões. Segundo a fala do nosso Prefeito, em quem confiamos, que
qualquer obra só seria feita ouvindo a comunidade. Bom, a comunidade foi ouvida
e foi unanimemente contrária à obra. Eu acredito na seriedade do Prefeito e na
sua sensibilidade - provavelmente, tenham chegado informações distorcidas a
ele, que tem se manifestado de
forma favorável à obra. Nós acompanhamos o movimento e sabemos o quanto a
população local é contrária; são comerciantes, pessoas que terão os seus
imóveis desvalorizados. Também somos contrários como concepção. Toda a política
que pensa em aumentar a fluidez do trânsito e priorizar o automóvel, parece-me
que vai na contramão da história - uma história que requer não só a bicicleta,
mas o transporte coletivo como um dos modais de transporte prioritários. Então,
apoiamos a iniciativa dos moradores da Rua Anita Garibaldi e esperamos que o
Prefeito consiga reverter isso nos próximos dias, já que as obras que estão
previstas para começar hoje. Ontem foram redirecionados os carros, sendo feito
um bloqueio. A partir de hoje começam as obras. A comunidade está lá
mobilizada, clamando para ser ouvida pelo Prefeito; talvez, tenha havido aí um
problema de interlocução. Nós confiamos que o Prefeito, com sensibilidade e
seriedade, ouvirá a população e impedirá o início das obras. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Marcelo. O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra em Comunicações.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Bom-dia, Sr. Presidente, telespectadores
da TVCâmara; pessoas que nos assistem; nosso sempre Prefeito de Lavras,
Aristides. O Ver. Marcelo falou uma coisa importante aqui: o Ministério Público
começou a legislar sobre esta Casa na questão dos ônibus e dos táxis. Eu
acredito, Ver. Pujol, em breve, na questão do lixo também, que a gente vê em
vários cantos da Cidade. Nesta semana ainda coloquei nas minhas redes, no
Twitter e Facebook, que, a menos de dez metros de uma Unidade de Saúde do
Conceição, no Jardim Itu Sabará, onde moro, há um lixão onde depositam tudo.
Então, acho que nessas áreas onde o lixo não é recolhido pelo DMLU, mas as
pessoas colocam lixo. Acho que o DMLU, junto com a SMAM, deveriam transformar
essas áreas em áreas úteis para as pessoas; deveriam limpar, colocar bancos de
concreto e mesas para as pessoas jogarem dominó, dama. Nós estamos encaminhando
um ofício para os dois órgãos pedindo isso, e, já que na maioria dessas áreas
sempre há um posto de saúde, uma creche, uma associação de moradores, botar uma
câmera para monitorar isso, antes que o Ministério Público tome essa atitude. O
Ministério Público hoje está trabalhando em vez de esta Casa estar trabalhando.
Nós temos que começar a fazer esse papel. Eu estava conversando sobre esse
assunto com o Ver. Delegado Cleiton, Presidente da CUTHAB, essa importante
Comissão desta Casa, da qual faço parte. Então é necessário ir para a rua e
começar a ver essas coisas, não ficar sentado em cima desses problemas.
O
Ver. Reginaldo Pujol, juntamente com o Kopittke, falaram aqui da importância
fundamental de o nosso País fazer uma reforma política. O Ver. Reginaldo Pujol
foi muito feliz em falar sobre a necessidade de o Brasil fazer um novo pacto
federativo. Nós não suportamos mais que os Municípios arquem com todas as
despesas que hoje têm, já são responsáveis pela Educação, pela Saúde. Hoje,
também o Município está sendo responsável, pelo que se vê, pela Segurança, é
responsável por toda a infraestrutura e recebe somente 16% da União. Os
Estados, hoje, têm uma parcela da Educação, têm uma parcela da Segurança, recebem
22% e têm que estar indo até à União com “pires”, pedindo esmolas para o
Governo para poderem desenvolver políticas públicas para a sociedade. Também é
importantíssimo, além de nós fazermos uma reforma política e um novo pacto
administrativo, fazermos uma reforma fiscal neste Brasil. Nós não podemos ter
uma pessoa que ganha um salário mínimo, um trabalhador que leva para a sua
casa, para a sua família o seu sustento, pagando por um arroz, um feijão, um
óleo para cozinha, uma farinha os mesmos preços que paga uma pessoa que ganha
R$ 20 mil, R$ 30 mil, o mesmo preço que paga o Eike Batista, por exemplo. O
arroz e o feijão que o Eike Batista coloca na sua mesa custa o mesmo preço que
um pedreiro, um cobrador, um comerciário, um eletricista, um funcionário desta
Casa paga por um arroz e um feijão. Nós temos que ter uma reforma fiscal neste
País. Nós temos que ter uma reforma fiscal muito grande neste País, que seja
mais beneficiária ao povo, que as pessoas que ganham menos paguem menos
impostos, principalmente o Imposto de Renda, porque ele pega o salário das
pessoas. Quando eu comecei a trabalhar, o meu sonho, Ver. Delegado Cleiton, era
pagar Imposto de Renda. Quando comecei a trabalhar, os caras pegavam “aquele
negócio” e diziam: “Puxa , eu tenho que pagar Imposto de Renda!”. Professor
Garcia, o cara ganhava, na época, um salário considerável, no valor do dinheiro
de hoje seria uns R$ 20 mil e reclamavam que tinham que pagar Imposto de Renda.
Só que hoje quem ganha R$ 1.600,00 paga Imposto de Renda, minha gente! Quem
ganha R$ 1.600,00 paga 7,5%, João Derly, de Imposto de Renda! Uma pessoa que
ganha R$1.600,00, meu Presidente, paga 7,5% de Imposto de Renda! Eu acredito
que, hoje, nenhum trabalhador que está produzindo, nenhum trabalhador que está
levando sustento para a sua família quer pagar esse famigerado Imposto. Hoje,
quem ganha R$ 4 mil, Ver. Marcelo, paga 27,5% de Imposto de Renda Então, isso é
um roubo ao bolso do trabalhador, que vai ao supermercado comprar o seu arroz,
o seu feijão, e paga 27,5% de Imposto de Renda, e paga, no seu arroz, no seu
feijão, no seu azeite, no seu sal, no seu açúcar, o mesmo preço que paga o Eike
Batista. Não tem nenhuma diferenciação, Elizandro Sabino, nenhuma
diferenciação! É uma coisa completamente punitiva às pessoas que produzem neste
Brasil – completamente punitiva. O movimento sindical, todas as centrais do
Brasil unidas farão, no dia 6 de março, uma grande marcha em Brasília, para uma
agenda do movimento sindical, a Agenda Unitária. A Jussara Cony, quando falou,
disse que eu era um menino, mas eu tenho orgulho de ter participado de grandes
coisas do Brasil. Eu queria saudar aqui o sempre Vereador desta Casa, João
Antonio Dib, que nos visita. (Palmas.)
Eu
era menino, mas eu participei de grandes coisas neste Brasil, grandes coisas.
Uma delas foi o primeiro encontro nacional da classe trabalhadora, o primeiro
congresso nacional, o primeiro Conclat, o primeiro Congresso Nacional da Classe
Trabalhadora. A Jussara Cony participou desse evento, do qual saiu a criação
das centrais sindicais. Eu era um menino, realmente, mas eu tive o prazer de
participar do segundo Congresso Nacional da Classe Trabalhadora, no Pacaembu,
e, de lá, tirou-se uma agenda da classe operária trabalhadora. Um dos pontos
principais dessa agenda é a redução da tabela do Imposto de Renda, é uma nova
discussão da tabela do Imposto de Renda, porque isso vem maltratando,
destruindo os trabalhadores brasileiros, que saem da sua casa para produzir,
para enriquecer, para fazer este Brasil grande, para fazer este Brasil crescer
e se desenvolver.
Então,
eu queria agradecer este momento de poder expor isso aqui, nesta Casa, na Casa
do Povo, e dizer para os senhores que esta Casa não pode se furtar de discutir
os grandes temas da Nação, como a reforma política, a reforma administrativa, a
reforma fiscal e, principalmente, como foi dito aqui pelos Pares, como o
Alberto Kopittke e o Reginaldo Pujol, a questão do pacto federativo, a União.
Nós, os Municípios, não podemos ser escravos da União. Muito obrigado. Um
bom-dia a todos, força e fé.
A Sra. Jussara Cony: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Prezado Vereador, a intervenção que se fez resgatou, sob o ponto de
vista histórico, aquele menino que, na sua juventude, já estava em atividade em
um momento importante da história desse País, nas lutas pelas liberdades
democráticas, pela redemocratização da Nação brasileira. Eu o fiz com o intuito
inclusive de dizer do papel da juventude no processo das transformações. Eu,
nessa tribuna, já disse como me sinto contemplada em hoje ter um jovem como o
João Derly constituindo a Bancada do PCdoB, porque a juventude são as novas
ideias. Em todas as idades nós temos essa juventude dentro de nós, nunca
podemos perder a juventude e a rebeldia, mas há que se destacar o significado
da juventude brasileira. V. Exa. fez parte, em um momento importante, desse
processo; não é por acaso que hoje somos colegas aqui, e isso me honra muito. O
menino se transformou em uma grande liderança pelo papel em que, desde jovem,
está atuando. Como a minha vida foi assim também, eu quis lhe fazer uma
homenagem.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Com certeza, Ver.ª Jussara, eu só quis
dizer aqui que eu participei de dois momentos históricos ímpares em minha vida,
participei das Diretas... Todo o período em que eu ocupar esta tribuna,
lembrarei de coisas que fiz na minha vida em um momento democrático deste País.
Um dos momentos foi o primeiro Conclat, em que eu era um menino; agora,
participei do segundo. Eu tive o prazer de, no primeiro, ser um menino que estava
lá perguntando o que eu estava fazendo aqui? Agora, eu participei do segundo
como dirigente, dando o rumo aos trabalhadores brasileiros – um momento
histórico da minha vida.
Então,
eu quero dizer que é importante esta Casa estar discutindo essas coisas. Eu
vinha para as galerias desta Casa, xingava os Vereadores que tinham posição,
como o Ver. João Antonio Dib, o Ver. Pujol, a quem nunca chamei de traidores,
porque tinham posições: sempre foram abertos e dignos, porque tinham suas
posições. Eu vinha para cá defender minhas posições; hoje estou aqui como
Vereador desta Casa defendendo minhas posições. Quer dizer que é um
crescimento, é um amadurecimento; continuo com a alma menina, mas crescendo e
amadurecendo. Então, seguimos sempre firmes, e, com força e fé, levando os
interesses dos trabalhadores da nossa Cidade, do Estado e do Brasil. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado. São encontros e reencontros,
Ver. Professor Garcia. Quero destacar aqui a presença do sempre Vereador desta
Casa, João Antonio Dib. Professor, muito obrigado por sua presença. Nós
precisamos das suas luzes, com frequência, neste Plenário, legal e regimental,
não é Ver. Dib? Com muita saúde e paz! Um abraço, Ver. Dib. O Ver. Professor
Garcia está com a palavra em Comunicações.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Ver. Thiago, Presidente desta
Casa; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quero saudar também o nosso decano e
sempre Vereador João Antonio Dib.
Trago
a esta Casa, para discussão e reflexão, um tema que nós já estamos abordando há
bastante tempo, mas, infelizmente, as soluções não foram “resolvidas”. É sobre
a questão do complexo do sambódromo. No passado, enquanto estávamos na
presidência da CECE, fomos visitar o Complexo. Lá há um problema crônico, não
especificamente do carnaval, mas é uma área enorme que está praticamente
abandonada. Em cada um dos barracões há uma ou duas pessoas que cuidam, mas há
moradores no entorno, que é uma região carente: Sarandi, Parque dos Maias,
Rubem Berta, Costa e Silva, Santa Fé, inclusive já houve a promessa do Governo
revitalizar aquela área. É um processo novo, que ainda não está concluído, mas
a revitalização teria que ser com quadra poliesportiva, áreas de lazer e
recreação, porque a população precisa! O que nós estamos vendo, hoje, naquele
lugar? É um lugar em que – quem circula à noite vê – há uma área de
prostituição, que aumentou muito naquele entorno. No ano passado, fizemos
várias reuniões com as diversas associações daquela região, e eles entendem que
temos que melhorar a questão das áreas de lazer e recreação. A Secretaria da
Cultura assumiu o compromisso, mas nós não vimos nenhuma obra ser realizada.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte?
O SR. PROFESSOR GARCIA: Eu lhe concedo um aparte, Ver. Reginaldo
Pujol, um homem tradicional também do carnaval de Porto Alegre.
O Sr. Reginaldo Pujol: Vereador, eu quero me congratular com V.
Exa. Aliás, eu ia atender um compromisso e voltei quando vi que V. Exa.
enfrentaria esse assunto, que eu acho que é de uma atualidade absoluta. Eu
acredito que grande parte, senão a totalidade, mas grande parte da resposta que
a comunidade pode receber de forma positiva é se concluir efetivamente o
projeto do Complexo Cultural do Porto Seco. V. Exa. me ajudou nisso, mas não
era para ter esse monta e desmonta das arquibancadas, era para ser um Complexo
instalado com aproveitamento o ano todo, com oficinas próprias, com áreas de
lazer, enfim, com as condições de um verdadeiro complexo cultural. Acho que o
Governo Fortunati – V. Exa. vai me ter ao seu lado – tem que priorizar esse
fato. Eu já disse para o meu amigo Roque Jacoby, que assumiu a Secretaria da
Cultura, que a primeira coisa que ele tem que fazer é retirar do baú o Projeto.
Vamos trabalhar juntos para torná-lo realidade. Obrigado, Vereador.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Vereador. Fico satisfeito,
porque o Roque Jacoby foi indicado pelo seu Partido. Acho que temos que
trabalhar de forma comunitária, mas isso é urgente, porque todo ano, no
carnaval, esse problema volta. Mas eu não estou falando só do carnaval. Eu
estou falando que aquela área tem que ser utilizada o ano inteiro.
Para
concluir, quero dizer que não adianta, termina o carnaval, sai a notícia na
imprensa; parece que as pessoas não têm memória, volta tudo de novo. Então
vamos continuar insistindo, porque entendemos que aquela população que cresceu
muito junto com os moradores da Vila Dique precisa de uma área de recreação e
lazer, porque talvez isso possa ser o maior investimento naquela Região, para
não virar um estopim e, ao mesmo tempo, diminuir a prostituição no seu entorno.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. João Derly está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO DERLY: Bom-dia, Sr. Presidente e demais
colegas. É uma satisfação subir novamente à tribuna. Hoje, eu gostaria de
contar um acontecimento da semana passada no bairro Mário Quintana, onde há um
projeto social de judô. Nós temos um coordenador, que me comentou de uma menina
que sempre aparecia com algumas feridas no corpo, que isso o estava deixando
preocupado. Eu pedi que ele conversasse com a mãe da menina. Conversando com a
D. Sandra, ela nos convidou a conhecer a casa dela. Na semana passada, fui
visitar a sua casa e fiquei chocado. Eu trouxe até uma foto. (Mostra
fotografia.) Podemos ver o esgoto passando dentro do pátio. O esgoto que corre
da rua de cima desemboca todinho na sua casa. O cachorro com cinomose; uma
filhinha menor, com mais ou menos três aninhos, também cheia de feridinhas;
fezes, enfim, lixo passando por dentro do pátio da casa. Isso me trouxe uma
preocupação muito grande, caros colegas, porque somos eleitos para que
possamos, principalmente, ter a responsabilidade de trazer dignidade para essas
pessoas. Acho que é um dever nosso prestar atenção, saber dessas necessidades.
Este caso que estou trazendo aqui é um caso; existem tantos outros que sei que
os senhores conhecem porque rodam a Cidade e conhecem tantas outras histórias.
Como
fica a autoestima dessas crianças vivendo nesse meio? A gente tentando dar a
oportunidade de uma prática esportiva, de uma condição melhor de vida, mas me
passa pela cabeça: qual será a autoestima da criança crescendo em meio às
fezes, convivendo com o lixo passando. Imagina com essas chuvas, como deve ter
ficado, pois isso aqui era num dia de sol, sendo que nos dias anteriores também
havia sol. É uma coisa para refletirmos, pensarmos na dignidade para que as
pessoas possam ter saneamento básico, coisas que hoje nem pensamos, pois temos
com tanta facilidade.
A Sra. Jussara Cony: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Prezado colega de Bancada, em primeiro lugar quero parabenizá-lo
por trazer uma temática como esta, pois, ao trazê-la, está trazendo a nós todos
a responsabilidade de zelar pela qualidade de vida da população de Porto
Alegre. Não é por acaso que o Fórum Parlamentar vai trabalhar a questão de
cidades sustentáveis. Uma cidade não é sustentável se ainda tiver de viver com
esses agravos, ainda mais na perspectiva de que uma criança, que será um jovem,
que será um adulto que vai contribuir para o desenvolvimento da sua cidade, do
seu país, mas adoecido por esse mundo da falta de qualidade de vida, com
certeza não poderá tomar esse caminho. A sua presença nesta Casa, trazendo
temáticas como esta dá visão da sua concepção importante de que as relações de
transversalidade entre esporte, saúde e qualidade de vida é uma questão que
Porto Alegre terá de resolver. Trabalharemos no conjunto desta Casa para isto,
que é a implementação do Conselho Municipal das Cidades para aplicarmos o que
reza o Estatuto das Cidades. O Poder Legislativo tem um papel estratégico
nisso, para que possamos fazer, de uma vez por todas, a regularização fundiária
na cidade de Porto Alegre.
Penso,
com a experiência que trago de ter sido Secretária do Meio Ambiente, juntando
essas áreas, saúde, meio ambiente, esporte e educação, de que nós temos de
pensar Porto Alegre, dentro do seu Plano Diretor, sob a ótica do zoneamento
econômico, ecológico e social. Temos de resolver os problemas do entorno da
cidade de Porto Alegre, da Porto Alegre escondida que queremos que apareça, mas
que apareça com dignidade de vida. Parabenizo por estar também, nessa ótica da
sua experiência nos esportes, dizendo que o esporte, junto com a qualidade de
vida, é que dá qualidade de vida maior à população da nossa Cidade.
O SR. JOÃO DERLY: Perfeito. Concluindo, entrei com Pedido
de Providências hoje pela manhã; protocolei junto ao Executivo para que a gente
possa tentar resolver a situação daquela região.
O Sr. Clàudio Janta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Queria dizer ao nobre Vereador que isso não é uma exclusividade do
bairro Mário Quintana. Estou concluindo uma exposição de fotografias e um livro
que vou entregar aos Pares desta Casa e a todas as Secretarias do Município, da
Cidade que vi, senti e quero dizer que isso não é exclusividade do bairro perto
de onde moramos – somos oriundos daquela região –, mas é uma realidade de toda
a nossa Cidade. Inauguramos, há poucos dias, uma grande obra, a Arena tricolor,
dentro do bairro que se chama Liberdade. Esse bairro é uma grande tristeza,
pois as pessoas vivem em meio ao esgoto, vivem no meio de dejetos e nem sequer
tem água para esquentar uma mamadeira para o filho, tendo que pegar água numa
bica. Quando eu nasci no Morro da Cruz, em frente à casa da minha avó tinha uma
bica de água que toda a população coletava para tomar água; hoje, em pleno ano
de 2013, as pessoas pegam água numa bica. Uma mãe, com esse calor todo, pega um
pano e lava o seu filho. E não é somente a mãe que lava o seu filho, as pessoas
tomam banho com um pano. Imaginem um cara do meu tamanho tomando banho com um
pano.
O SR. JOÃO DERLY: No meu caso, seria mais tranquilo.
O Sr. Clàudio Janta: Então, isso acontece na nossa Cidade,
acontece a 800 metros do Centro de Porto Alegre, acontece na Vila dos
Papeleiros, acontece na Restinga, no Partenon, na Lomba do Pinheiro, acontece
onde moramos, acontece no Costa e Silva, ou seja, em todas as regiões de Porto
Alegre há vários locais onde o esgoto está a céu aberto, há vários locais sem
água encanada, sem luz. É de extrema importância que se discuta isso nesta Casa
do Povo.
O SR. JOÃO DERLY: Falei que esse é apenas um caso, já que
a Cidade está cheia desses casos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Quero lembrar ao conjunto dos colegas
que teremos uma reunião, agora, na presidência, para discutir algumas questões
administrativas da Casa e outras externas da mais alta relevância. Convido
também o ex-Vereador Dib para ir até a presidência, para conversarmos sobre um
assunto de interesse desta Casa. O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
queremos saudar as presenças do sempre Vereador João Dib e do Sargento João
Chaves, nosso companheiro e amigo.
Amigos,
eu, na semana passada, fiz uma reflexão a respeito da adesão do PSB para compor
a base do Governo Fortunati e destaquei, João Derly, que, num Estado
Democrático de Direito, existem pilares, que são a democracia num todo,
estabelecendo a via do diálogo. Também, Paulinho, falei que a democracia não se
faz sem um princípio, o princípio do respeito. O respeito fala de valores, fala
de educação, fala de princípios, fala de algo que é forjado, Marcelo, ainda na
infância, lá no lar.
Eu,
quando referia isso na semana passada...No final de semana, li no jornal O
Mensageiro da Paz, do mês de janeiro, (Mostra jornal.), uma reportagem, na
página 11, que diz: (Lê): “Benedita Gomes da Silva, 76 anos (faz 77 em 6 de
maio), é uma senhora muito simples e realizada por tudo o que Deus já fez em
sua vida. Mãe de cinco filhos – Joaquim Barbosa; Cacildo; Efigênia; Reni e Elda
–, ela criou, na verdade, dezessete. Ela mora em Brasília há 40 anos e é membro
em uma das congregações da Assembleia de Deus em Brasília, ministério liderado
pelo pastor Orcival Pereira Xavier, seu conterrâneo, também nascido em
Paracatu. Benedita ficou famosa em todo o Brasil no final de 2012 devido ao
trabalho de seu filho, o Ministro Joaquim Barbosa”.
Mais
adiante, na publicação, há uma pergunta da jornalista que fez a entrevista com
a Benedita: “Como a senhora se sentiu ao ver o seu filho mais velho tomar posse
como Presidente do STF?” E ela respondeu: “(...) Meu filho é muito estudioso.
Com seis anos eu o coloquei na escola e ele aprendeu a ler e a escrever. Ele
não parou de estudar. Com 15 anos, ele saiu de Paracatu e veio para Brasília.
Depois, é que eu vim com o meu esposo. Ele já tinha 18 anos quando eu cheguei
aqui. Ele me dizia: ‘Mamãe, ore para que eu consiga outro emprego para ajudar a
senhora com os meninos. (...)’.”
Quando
eu li essa reportagem, ela me chamou muita atenção, porque ela realmente fala
dos princípios, valores que são forjados muitas vezes lá na juventude, na
infância, na adolescência e que levam e elevam as pessoas ao mais profundo
respeito, ao mais profundo diálogo.
Quando
pensamos em mensalão, quando pensamos em STF, quando pensamos em relator, nós
lembramos logo o nome de Joaquim Barbosa.
Quando
li essa reportagem, relembrei do meu pronunciamento, na semana passada, quando
falava e referia sobre os pilares da democracia, que é o diálogo e o respeito.
Claro, o respeito está sendo demonstrado no início desta Sessão, no início
deste ano, desta Legislatura, Ver. Janta, quando aqui os Vereadores da oposição
trazem, de forma respeitosa, as suas posições, os seus pedidos, as suas
proposições, abrindo aqui o franco diálogo. Portanto, este é o cenário que se
apresenta à nova Legislatura desta Casa: diálogo com respeito. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Muito obrigado. Ver. Dib, o Ver. Sabino
foi conciso e direto. Quero agradecer a presença de todos. Convido os
Vereadores que estão na Casa para se fazerem presentes no Salão Nobre. Por
gentileza, Ver. Dib, gostaríamos da sua presença lá também. Um abraço e até a
nossa próxima Reunião no dia de amanhã.
Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.
(Encerra-se
a Reunião às 11h20min.)
* * * * *